sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Ok, ninguem comenta...

Aqui fica então o meu messenger.

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domingo, 6 de janeiro de 2008

Príncipes e princesas


O casal perfeito, será uma fantasia?Será uma ficção?A realidade é bem diferente...Hum... o pensamento de que o relvado do vizinho é mais verde...rsrsPensamentos que provocam algum sofrimento inútil ou mesmo talvez infantil...É possivel que passamos a vida á procura do que achamos ser a relação de sonho, daí após a fase do enamoramento, seja com que idade aconteca, juntamos as fantasias acumuladas das diversas fases da nossa infância, da adolescência e mesmo das restantes fases e procuramos "aquela" pessoa que tenha os ingredientes todos. Ingredientes, que talvez sejam pessoas que nos influenciaram, interagiram de forma rentavel ao nosso ego no nosso passado. Penso, que o nosso par idealizado, seja, uma tentativa do nosso cérebrozinho querer estupidamente, rsrs, (ele lá tem os mecanismos dele) de colar pedaços de momentos bem vividos com inúmeras pessoas e de as querer concentrar numa única pessoa.Talvez seja ponderado pensar que reflectir sobre este assunto, nos possa libertar de tais sentimentos venenosos e traiçoeiros...Talvez a realidade melhore quando nos decidimos a desfrutar do possível em vez de sofrer porque as ilusões ou as fantasias não se realizam.Daí, há que fazer com a vida possivel... o melhor possível.Não é sensato exigir e esperar que as coisas sejam ou se desenrolem como as tinhamos imaginado ou sonhado ou aprendido. Senão acontece-nos como na fase da desilusão de que o pai-natal afinal não existe.Quem se lembra dessa fase de pequenino/a? (O pai-natal foi um mero exemplo) rsrs...Será que muitas pessoas procuram um parceiro como forma ou meio para resolver algumas perdas do passado ou simplesmente resolver um problema seu?Ou, acreditam que uma relação íntima e estreita os vai curar das suas ânsiedades, angustias , aborrecimentos ou falta de sentido da vida?É possivel que seja perigoso e terrível esperar que alguem preencha os vazios da nossa mente.É possivel que se torne um pau de dois bicos, quando se escolhe alguem como companheiro/a com este tipo de expectativas. Pois a consequencia, pode passar por acabar-se inevitavelmente por se odiar a pessoa que não deu o que se esperava dela!E depois? Depois procura-se outro/a, e outro/a, e outro/a, etc, etc... ou então passa-se o resto da vida a queixar-se da sorte ou da cruz ou então fica-se com aversão ao sexo oposto, julgando tudo, sendo "farinha do mesmo saco", ou então beija-se todos os sapos que se encontram no caminho à espera que algum se transforme em príncipe encantado...ou sei lá que mais...Não será melhor resolver a nossa própria vida mesmo com fantasmas, crenças, fobias e obsessões incluidas sem esperar que alguem o faça por nós?Não dá para tentar resolver a vida dos outros, mas talvez encontrar alguem, em que se possa planificar em conjunto um projecto para se ter prazer, para se crescer, para se divertir, mas não para que nos resolva os conflitos internos cujas raízes foram adquiridas anteriormente à relação.O amor não salva, não resolve os nossos problemas. E proporcionar-nos um constante estado de felicidade ou segurança, entretem-nos apenas afogados em fantasias e ilusões, que por sua vez estrangula a nossa capacidade real de amar e de nos transformarmos e evoluirmos de forma saudavel... ...

Uma opinião


Uma reflexão, opinião ou um mero pensamento.Todos nós nos alteramos, nos modificamos e diabolicamente agimos. Uns mais do que outros, uns mais calculistas que outros, uns mais disfarçados que outros. Quando somos pisados ou maltratados, o nosso lado mau vem ao de cima. Somos todos assim, até eu e tu. Uma condição nossa? Um eterno problema da humanidade? Sim acredito que seja um problema, o nosso cancro. Não existe tolerância, bom senso, calma em muitas situações nossas do dia-a-dia, com muitas pessoas que gostamos. Bem sei, que isto em palavras aqui torna-se bonito e ornamental e na prática isto toma outras dimensões. Mas vale a pena pensarmos nisto. Li no outro dia uma frase que dizia o seguinte: “Até o diabo quando está bem disposto ou contente é boa pessoa.” Esta citação ficou-me como uma lapa na pedra. Em muitas situações lembro-me dela. É bem certa, e com variadíssimos sentidos e vem na sequência do que falo em cima. Quando se está bem, se tem uma posição social confortável, e uma situação financeira desafogada, não faltam amigos prontos a ajudar, e quando verdadeiramente precisamos muitos deles tomam-se como diabos fugindo, maltratando ou julgando em vez de ajudar a prosseguir a tal animosidade que existia aquando dos bons ventos. Quando tudo corre bem, não faltam rosas, não falta enorme quantidades de pessoas a nos rodear. Quando existe alegria e certa pessoa é sempre impecável é tudo muito bom, mas quando toca a perdoar, a tolerar e ter bom senso de analisar com calma males e situações que nos aparecem é aí que se vê o nosso eu.Obviamente que não nos vamos encolher e desconfiar de tudo e de todos e até da própria vida pois assim será pior, mas é bom reflectir nas coisas da vida nos meandros do ser humano e o quão podemos melhorar se formos e estivermos esclarecidos nas ideias e nos valores e na realidade.Mais uma vez um punho de ideias para cá expostas e uma pimenta para a vossa consciência critica.Mais uma vez pensei e escrevi! Mal ou bem não será importante, pois o importante para mim será a quantidade de sentidos que despoletará nas vossas consciências

SOBRE A FELICIDADE


Muitas vezes ouvimos a expressão “ a felicidade não existe, o que existe são momentos de felicidade”. Para podermos opinar sobre esta expressão, parece-me óbvio que é necessário pensarmos o que é felicidade. Felicidade pode ser definida como um estado de alegria, sem sentimento de culpa, Russel indica que felicidade é o objectivo de todo o ser humano. No entanto, o viver o dia a dia feliz é decisão de cada um de nós, cabendo aos outros poder influenciar, mas não decidir como é a nossa felicidade. Se considerarmos que a felicidade está intimamente e exclusivamente ligada ao prazer, então a frase faz todo o sentido uma vez que o prazer é efémero. O casamento, o nascimento de um filho, um momento de prazer sexual, são todos momentos repletos de prazer, no entanto efémeros. Por aqui, nunca poderíamos dizer que alguém atingiu a felicidade. Logo, se reportarmos a expressão para um domínio social, financeiro, da relação com os amigos ou mesmo na relação familiar, parece-me que a expressão pode ser considerada verdadeira.Se reportarmos a expressão, para um domínio individual, da constante busca da felicidade, de dar valor aos aspectos mais ínfimos da nossa existência, numa constante simplicidade voluntária, dando valor a coisas do domínio do ser, diminuindo o valor do domínio do ter, então aí a felicidade já pode assumir um carácter permanente, logo já poderemos dizer que a frase não faz sentido. A felicidade está no nosso bem-estar, de como estamos bem física e mentalmente, de como não temos conflitos com os outros e sabemos perfeitamente quem somos e para onde caminhamos. Assume aqui a felicidade um domínio mais profundo de uma construção interior.A nossa vida é cada um de nós que a constrói, lia eu outro dia a respeito da vida, que esta é como um tapete. A cor e o tecido já vêm prontos mas somos cada um de nós que o tece. Somos nós que fazemos a nossa vida e que percorremos o nosso caminho de construção individual, para isso é necessário realmente nos conhecermos. Os nossos pais, a nossa família, os nossos amigos, a sociedade em geral, dão-nos a cor e o tecido, mas quem constrói o tapete da nossa vida somos realmente nós, baseados naquilo que somos e que aprendemos. No entanto este tapete está sempre em construção desde o dia em que nascemos, é necessário que por vezes tenhamos a consciência do que foi vivido, para aprender com as experiências passadas. Ouvimos muitas vezes, que “somos um produto da sociedade em que vivemos”, que “foi a educação que teve”, isto muitas vezes para justificar más opções, caminhos menos bem conseguidos. Apesar de sermos bastante susceptíveis à educação dos nossos pais, somos também resultado das nossas experiências, o que quer dizer que seguimos o nosso caminho, mesmo que seja bastante diferente daquele caminho que nos foi indicado por quem nos deu educação. Por isso apesar de todo o tecido e cores que nos proporcionam, cabe ao indivíduo seguir o seu caminho, fazer as suas escolhas. Lembro-me da metáfora do retrovisor, quando conduzimos olhamos para a frente. Mas por vezes quando necessário, olhamos para o retrovisor para nos orientarmos, para olharmos para o caminho percorrido para um ou para outro obstáculo que enfrentámos, enfim, para o vivido. No entanto, depois olhamos para a frente e continuamos o nosso caminho, sem nunca o vivido deixar as suas marcas na nossa vida, sendo de extrema relevância naquilo que somos e interferindo decisivamente para aquilo que seremos.Isto é, será sempre necessário para nos conhecermos melhor, que tenhamos o cuidado de olhar para trás, reflectir nas experiências vividas e utilizá-las para resolver problemas futuros. No entanto somos muitas vezes, neste percurso, atormentados por “fantasmas” que não permitem que nos possamos construir de uma forma saudável. È, de elementar importância que possamos pelo menos assumir a existência desses fantasmas, reflectindo sobre as nossas histórias de vida. Este exercício, que encerra em si, uma construção interior, para quem o consegue fazer sem se tornar fonte de sofrimento. Sem duvida, que um povo só cresce quando tem consciência da sua própria história. Não se refugia em medos e preconceitos, mas enfrenta, encara e enaltece, as suas vivências, nos seus domínios positivos e negativos. Aproveita os positivos para continuar e analisa os negativos para melhorar. Como nos diz Huxley, experiência não é o que aconteceu contigo, mas o que fizeste com aquilo que te aconteceu. A história de vida de cada indivíduo é um processo singular de (re) construção individual.Só tendo consciência do que somos, das nossas virtudes, das nossas fraquezas e limitações é que podemos eventualmente cuidar bem de nós. Não podemos ajudar o outro se, primeiro, não nos cuidarmos. É essencial vermo-nos de uma forma holística, para balizar convenientemente as nossas capacidades, os nossos limites, as nossas carências e as nossas fragilidades. Tenho a necessidade de por vezes olhar para dentro, fazer uma “re-flexão” sobre mim para conhecer o lugar que ocupo, e quem eu sou realmente. Existe, por vezes, a necessidade de transmitir aos outros uma ideia de quem somos, numa perspectiva de corresponder ás expectativas que por vezes não corresponde á verdade. Esta “dupla” personalidade cria, por vezes momentos de angústia de alguma frustração. Há por isso a necessidade de cuidarmos também de nós antes de cuidarmos do outro. Como é que alguém pode confiar em mim se eu não me cuido.Depois é necessário clarificar o que o outro realmente representa para nós. È necessário, em primeiro lugar, também ter auto-compaixão, antes de ter compaixão pelo outro. Compaixão é sem duvida um dos sentimentos mais nobres num ser humano. Não, quando é visto numa perspectiva de caridade, de sobranceria ou superioridade, mas quando é visto como o resultado do sentir verdadeiramente como seu o sofrimento do outro. Não é o mesmo que piedade ou algo passivo, pelo contrário, compaixão é ter a virtude de compartilhar o sofrimento do outro, é a capacidade de compartilhar a paixão do outro e com o outro, saindo do campo puramente individual para entrar no universo do outro. Desse modo, assume o sentido de empatia. É ver o outro de forma igual.